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Contribuições aos eventos

#DemocraciaVirtual

de Friedrich Christian Matthäus

Bahia: Salvador

No dia 25 de setembro, a FKA realizou o sexto evento da série de seminários “Democracia Virtual“ em Salvador, capital do estado da Bahia. O evento foi organizado em parceria com a Universidade Católica de Salvador (UCSAL) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mais uma vez, os efeitos das mídias sociais como Facebook, Twitter e Instagram, sobre a sociedade civil e a cultura política brasileira, assim como sobre o funcionamento da sua democracia, foram o tema central dos painéis interativos e das discussões subesquentes.

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Mídias sociais, participação cívica e transparência do estado em nível local, foram os conceitos que marcaram a sexta edição da série de seminários sobre democracia virtual. Após as palavras de introdução e de boas vindas dos representantes das organizações responsáveis – FKA, UCSAL e UFBA - Fabro Steibel, docente de ciências de comunicação na ESPM Rio de Janeiro(Escola Superior de Propaganda e Marketing) e consultor político do governo brasileiro em assuntos referentes ao estado virtual aberto, abriu o primeiro painel.

Fabro Steibel postulou que uma democracia forte sempre necessitaria de cidadãos ativos que a preenchessem com vida. Tradicionalmente isso teria acontecido através de reuniões e da presença pessoal dos responsáveis pelas decisões. Ao longo do tempo, o circulo dos tomadores de decisões teria se ampliado, sendo que inicialmente, por via de regra, mulheres eram excluídas dos processos de decisão.

No século 21, porém, o local tradicional das reuniões teria se diversificado. Através da revolução digital a presença num determinado local não seria mais obrigatoriamente necessária para a tomada de decisões. A apresentação de ideias aconteceria em tempo real de qualquer terminal digital e logo se mostrou que todo participante, sem exceção, possuía no mínimo um telefone móvel com acesso à internet.

Para dar vida à participação, que é a base do sistema democrático, de maneira interessante e diversificada, Steibel sugeriu incluir principalmente os jovens nos processos de decisões locais, através de aplicações de gamificação. Assim, em Porto Alegre, os engarrafamentos intensos, conhecidos em todas as cidades do país, teriam sido reduzidos através de sugestões dos cidadãos que, como num jogo, relatam os locais de maior transito por meio de um aplicativo e têm a possibilidade de optar por caminhos alternativos sugeridos, como num jogo de múltipla escolha. Uma estatística elaborada com base nesses dados ajudou a minimizar o risco de engarrafamentos em determinadas zonas de transito intenso.

Nesse contexto aplica-se o principio da subsidiariedade: na maioria das vezes os próprios cidadãos têm o melhor conhecimento para solucionar determinados desafios. Conhecimento coletivo e cooperação, destinados ao bem estar da sociedade foram aplicados através de programas de fácil utilização. Em primeiro lugar, assim Steibel, quanto mais divertido um aplicativo mais pessoas passariam a utilizá-lo. Em segundo lugar o manuseio fácil e convidativo seria eficaz. Esse também seria o motivo do grande sucesso do messenger instantâneo - whatsapp - em comparação ao messenger do Facebook: o whatsapp seria mais simples, intuitivo e rápido, características que proporcionariam alegria ao usuário. Esse processo de multistakholders levou Steibel à postulação da tese de que essa forma de governança aberta seria “sexy”. Finalmente citou três desafios principais para os governos virtuais que, para atingir uma boa governança, teriam que se comprometer em primeiro lugar em manter a transparência, em segundo lugar com a inclusão de cidadãos e em terceiro lugar com a responsabilização perante os cidadãos.

Camilla Braga introduziu o segundo debate: responsável pela comunicação através das mídias sociais da prefeitura de Curitiba, logo se dirigiu a plateia perguntando quem utilizava mídias sociais como Facebook, Twitter e Instagram. A resposta de 90% dos presentes, porém, indicou o contrário quando Camilla perguntou quem seguia uma administração local ou um governo através dessas mídias.

Os poderes legislativo e executivo teriam dificuldades de alcançar os interesses dos usuários das mídias sociais com seus tópicos burocráticos e complexos, tendo que competir com o vocalista preferido e o time de futebol predileto dos mesmos. Isso seria ainda mais surpreendente, na medida em que especialmente a comunicação em tempo real com os órgãos administrativos locais seria vantajosa para todos, sendo que em situações como falta de energia ou de perigo a comunicação rápida com os cidadãos seria garantida. Justamente num país como o Brasil, onde são registrados muitos acessos à internet através de recursos digitais móveis existe um grande potencial nessa área. Braga concluiu com a tese de que os meios de comunicação em massa jamais poderiam competir com a diversidade, quantidade e relevância das mídias do povo que equipara às mídias sociais.

A discussão subsequente, coordenada por Claudio André (UCSAL) e Christian Matthaeus (FKA) tratava principalmente da questão de como a participação da sociedade civil ou os protestos digitais dos cidadãos poderiam ser complementados pelas formas tradicionais de participação da democracia representativa brasileira.

Na segunda parte do seminário, Camila Braga convidou os participantes a conhecerem um estudo de caso do seu trabalho como especialista da área de comunicação da cidade de Curitiba. Camila Braga apresentou o seu trabalho através de uma série de exemplos interessantes e demonstrou o funcionamento da comunicação entre a esfera administrativa e os cidadãos.

Ela deu ênfase a um exemplo especifico de engajamento interativo dos cidadãos: após a prefeitura do Rio de Janeiro ter feito um pedido de casamento, em tom de brincadeira, à prefeitura de Curitiba na página de Facebook da mesma, cada vez mais cidadãos das duas cidades mostraram interesse pelo casamento virtual. Assim sendo, os especialistas de comunicação de ambas as cidades realizaram, de fato, este casamento virtual. Mas, tanto os órgãos administrativos das cidades como os seus cidadãos tiverem que submeter-se a determinadas condições que podem ser vistas como os presentes de casamento: ambas as cidades comprometeram-se, entre outros, a plantar diversas árvores com o intuito de reflorestar a cidade através da prefeitura, a participar de projetos sociais e de uma ação de doação de sangue que está sendo realizada nesse momento. Nesse sentido, a comunicação digital deveria proporcionar alegria. O exemplo confirma a tese de Fabro Steibel e, além disso, mostra que as iniciativas podem partir tanto das administrações locais como dos cidadãos.

Em outras palavras: uma democracia ativa com participação digital direta dos cidadãos. O futuro do casamento entre as duas prefeituras está totalmente em aberto e depende da participação dos cidadãos através das mídias sociais. Dessa forma iniciativas virtuais transformam-se em ações concretas do estado. Braga postulou que ações realizadas com sucesso no âmbito local também teriam chances de sucesso em nível nacional e internacional. Potencialmente isso poderia levar a uma democratização do sistema internacional.

Pela segunda vez a “Democracia Virtual” foi realizada no Nordeste do Brasil. Através dos Hashtags

  1. kas
e
  1. democraciavirtual
os interessados podemos seguir os debates em torno do governo digital e a participação dos cidadãos e contribuir com ideias e estímulos próprios.

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Franziska Hübner

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