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Além do Estado-nação – Qual o papel da Cooperação Regional de Segurança diante do aumento das ameaças?

de Gregory Ryan, Alexandra Paulus, Anisha Schwille

II. Simpósio sobre Segurança Regional Europa-América do Sul

Embora as ameaças à segurança que a União das Nações Sul-Americanas e a União Europeia têm diante de si sejam diferentes, elas coincidem no fato de que exigem uma resposta que ultrapassa os limites do Estado-nação. Elaboradores de políticas, diplomatas, acadêmicos e membros das forças armadas discutiram até que ponto a coordenação de segurança regional pode enfrentar esses desafios, abordando também a segurança marítima e o compartilhamento de informações.

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À primeira vista, os complexos de segurança da América do Sul e da Europa enfrentam ameaças à segurança muito diferentes: as preocupações da segurança sul-americana giram principalmente em torno de um processo em andamento de redistribuição de poder dentro e entre as nações da região, bem como da corrupção endêmica e da violência decorrente do crime transregional e das redes de tráfico de drogas. A Europa, por outro lado, enfrenta um retorno da geopolítica e do realismo à agenda política, bem como uma série de conflitos armados em sua vizinhança oriental e meridional imediata. No entanto, ambas as regiões buscam meios semelhantes para resolver seus problemas de segurança específicos. Com o objetivo de promover o diálogo entre o Conselho de Defesa da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) e a Política Comum de Segurança e Defesa da União Europeia (UE), a Fundação Konrad Adenauer organizou, em cooperação com a Delegação da União Europeia no Brasil, a Embaixada da Bélgica em Brasília, o Egmont-Instituto Real de Relações Internacionais, o Instituto Pandiá Calógeras, think tank do Ministério da Defesa do Brasil, e a Fundação Alexandre de Gusmão do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o II. Simpósio de Segurança Regional Europeu-Sul-Americano. Elaboradores de políticas, diplomatas, acadêmicos e membros das forças armadas compareceram às apresentações e participaram das discussões que se seguiram.

Os oradores das duas regiões concordaram que ambas estão sofrendo de um particular clima de insegurança resultante de desafios sociais e globais complexos que não podem ser resolvidos adequadamente por um Estado-nação sozinho. Em vez disso, a cooperação, o intercâmbio de informações e uma ação concertada através de arquiteturas de segurança regional são indispensáveis na busca do restabelecimento da paz e da tranquilidade para as regiões da Europa e da América do Sul. No entanto, os sul-americanos lutam com possibilidades limitadas de cooperação entre aparatos de segurança por falta de uma integração regional profunda, especialmente na área de compartilhamento de inteligência – um desafio fundamental para ambas as regiões, devido ao aumento do terrorismo e das atividades do crime organizado internacional. Discutiu-se o caso da Bélgica onde, na esteira dos ataques de Paris, uma maior cooperação possibilitou que as forças de segurança identificassem os elementos restantes da célula terrorista que planejara e executara os ataques contra a capital francesa. Como uma reação ao retorno do realismo e da geopolítica à política europeia, discutiu-se a nova abordagem do “idealismo pragmático” estratégico da região. Além disso, os representantes das duas regiões concordaram quanto à importância do Atlântico Sul para a segurança e o bem-estar de ambas, ressaltando a necessidade de aumentar as capacidades navais sul-americanas para impedir o comércio ilícito e a pirataria e evitar qualquer intervenção extrarregional.

O evento foi um grande sucesso e reuniu um grande número de especialistas em defesa e segurança da América do Sul da Europa, bem como de muitas outras nações do mundo. Palestrantes e participantes concordaram que muitas questões permanecem em aberto, especialmente no que diz respeito às delicadas relações da soberania com as arquiteturas de segurança regional, bem como à relação imperativa da liberdade com a segurança. No entanto, a importância do compartilhamento de preocupações e das melhores práticas no plano das duas arquiteturas de segurança regional foi destacada e elogiada por todos os participantes presentes, que pediram uma continuação do formato e novas discussões no futuro.

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Gregory Ryan

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8 de Outubro de 2015
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