Detalhes

O Programa EKLA-KAS, em conjunto com a Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) das Nações Unidas, organiza um workshop para discutir as possibilidades e / ou barreiras à adoção da mobilidade limpa no setor de transporte de passageiros. em países selecionados da América Latina.

Segundo a Agência Internacional de Energia, AIE, o transporte é responsável por 23% das emissões globais de gases de efeito estufa, os GEE, relacionados à energia, e, ao contrário da tendência que já é observada em outros setores, as emissões relacionadas a esse setor continuaram a crescer a um ritmo que, entre 2010 e 2015, atingiu 2,5% ao ano (IEA, 2017).

De acordo com o Relatório de Progresso da Energia Limpa de Rastreamento publicado em 2017 pela IEA (IEA, 2017), para alcançar a meta de um cenário de 2 ° C em 2025, as emissões de transporte - (well to wheel, WTW​)​​​​​​ - devem permanecer estáveis ​​de 2015 a 2025 e diminuir rapidamente depois. Mais especificamente, as emissões de GEE da WTW dos países da OCDE devem diminuir 2,1% ao ano entre 2015 e 2025, a fim de alcançar essa meta e resolver seu crescimento nos outros países.

Muitos países incluíram este setor em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), mas estima-se que as medidas propostas não sejam ambiciosas o suficiente para atingir a meta de 2ºC, e a Agência Internacional de Energia (AIE) considera que a adoção de modelos de transporte mais limpo é fundamental para a descarbonização dos sistemas de energia (IEA, 2017 e 2018).

Sua adoção dentro das políticas e planos de mitigação das mudanças climáticas deve considerar aspectos-chave que são fatores determinantes de sua eficácia, como a composição do mix de energia para sua fabricação e uso, a disponibilidade e a qualidade de insumos como eletricidade e políticas de incentivo associadas.

De acordo com a literatura, a introdução deste tipo de tecnologia nos planos de transporte, pelo menos no presente, depende fortemente de incentivos como subsídios e impostos devido aos seus preços ainda elevados em relação às tecnologias tradicionais, melhorias no escopo e disponibilidade ampliada de infraestrutura e pontos de carregamento. Da mesma forma, a busca por soluções de transporte mais limpas não deve replicar a dependência atual de matérias-primas como os combustíveis fósseis e deve ser combinada com outras políticas públicas, como urbanística, infraestrutura, planejamento ambiental, etc.

No entanto, nem todo ganho ambiental é um produto da tecnologia. Uma boa parte pode ser devido a melhorias organizacionais, como o desenvolvimento orientado para o transporte e a criação de reservas territoriais que facilitam o intercâmbio modal e reduzem a demanda de viagens.

Neste contexto, e considerando o contexto da América Latina na busca de soluções energéticas eficientes e limpas como parte de seus esforços no combate às mudanças climáticas, considera-se necessário disponibilizar aos diferentes públicos, informações que permitam conhecer as possibilidades e / ou barreiras à adoção deste tipo de tecnologia no setor de transporte de passageiros na região.