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Contribuições aos eventos

Alemanha-América Latina: aliança estratégica para uma política global de transição energética

de Karina Marzano Franco

Evento paralelo da KAS e do IASS ao 4º Diálogo de Transição Energética de Berlim

Nos dias 17 e 18 de abril, a Alemanha sediou o Diálogo de Transição Energética de Berlim 2018, o maior diálogo de todos os tempos, com mais de 2.000 participantes de 95 países, 43 ministros e secretários de Estado e 120 palestrantes internacionais. Em 16 de abril, a KAS & IASS organizaram um evento paralelo oficial para a BETD, com foco especial na Aliança Estratégica Alemanha-América Latina para uma Política Global de Transição Energética.

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A questão motriz deste workshop, como destacado por Frank Priess, Chefe Adjunto do Departamento de Cooperação Européia e Internacional da Fundação Konrad Adenauer em suas palavras de boas-vindas, é como a Alemanha e países latino-americanos específicos poderiam trabalhar em conjunto para uma transição energética global. O contexto atual é promissor, uma vez que a Alemanha já estabeleceu acordos de cooperação bilateral com o Brasil e o México nos campos climático e energético. Além disso, a presidência argentina do G20 depois da Alemanha é uma oportunidade para moldar a agenda energética no avanço das energias renováveis.

O Prof. Dr. Ortwin Renn, Diretor Científico do Instituto de Estudos Avançados em Sustentabilidade (IASS), nosso parceiro neste projeto, complementou a cerimônia de abertura chamando a atenção para a necessidade de implementar o Acordo de Paris e abordando os desafios que unem aspectos sociais, ecológicos e econômicos das mudanças climáticas. Os co-benefícios de uma transição energética global têm um papel a desempenhar na abordagem dessas questões.

Mas não existe apenas uma maneira de realizar a transição energética. Andrea Heins, Subsecretária de Economia de Energia e Eficiência do Ministério de Energia e Mineração da República Argentina, enfatizou que cada membro do G20 pode seguir seu próprio caminho em direção a um futuro energético mais limpo, flexível e transparente. É por isso que falar em transiçõeS - no plural - é a maneira mais adequada de abordar o tema, levando em consideração o mix energético único de cada membro, diferentes geografias, culturas e estágios de desenvolvimento.

Além disso, Heins defendeu que a eficiência energética e as renováveis devem ser discutidas em conjunto. No entanto, embora a energia renovável continue seu caminho promissor, com custos cada vez menores, a eficiência enfrenta o desafio de ser invisível. Ninguém pode colocar um rosto ou apresentar uma imagem atraente da eficiência energética. É por isso que, no Cenário Eficiente Argentino @ 2030, as iniciativas de educação e conscientização da comunidade estão no foco da agenda.

Após a palestra, Franziska Tröger, do Ministério de Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, Prem Zalzman, Diretor de Inovação para o Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da República Argentina, Suzana Kahn, Presidente do Comitê Científico do Painel Brasileiro Mudanças Climáticas e Membro do IPCC no Brasil, e Pablo Necoechea, Gerente de Sustentabilidade da Televisa Mexicana e ex-bolsista KAS/EUCERS participaram de uma discussão aberta sobre o diálogo de transição energética entre a Alemanha e a América Latina. Os participantes concordaram que a energia é um assunto que conecta todos os países, e a transição energética é um fator chave para alcançar as metas do NDC.

Os instrumentos para implementar suas transições nacionais, no entanto, são vários. A internalização dos custos de carbono é um deles, bem como investimentos em biomassa e difusão de tecnologia. Todos eles precisam ter o objetivo comum de reduzir as emissões de GEE ao menor custo possível para as economias. A reforma energética mexicana, por exemplo, optou por interromper os 75 anos de monopólio da PEMEX, abriu o setor de energia ao mercado e implementou certificados de energia verde. O Brasil, por outro lado, tem tido muito sucesso com leilões solares e eólicos, oferecendo importantes lições e melhores práticas para a Energiewende alemã.

Uma questão importante levantada na sessão de perguntas e respostas foi sobre o diálogo entre os próprios países latino-americanos. Embora existam mecanismos de integração regional como o Mercosul, a Unasul e agências focadas em energia como a OLADE, ficou claro que o diálogo assume uma forma mais bilateral do que regional, com exemplos como a integração do gás natural entre Brasil e Bolívia, ou a cooperação bilateral em hidrelétrica entre Brasil e Paraguai.

Finalmente, os participantes deixaram o evento com uma lista de desejos (wish list) sobre a transição energética com vistas ao futuro. Um desejo comum era que a proteção climática deveria ser o foco no centro da discussão sobre energia, e os países precisam aumentar sua ambição para atingir suas metas de NDC nos próximos anos.

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26 de Abril de 2018
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