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Contribuições aos eventos

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, ENERGIAS RENOVÁVEIS E MUDANÇA CLIMÁTICA

SEMINÁRIO REGIONAL

A Rede de Energia Renovável do Peru (membro do PLESE) e o programa EKLA-KAS, organizaram na cidade de Piura o evento que dá início às oficinas que se realizarão em diferentes regiões do Peru.

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Inauguração

Armando Villanueva

Congressista e Presidente da Comissão de Energia

O congressista e Presidente da Comissão de Energia do Congresso, Sr. Armando Villanueva, deu as palavras de inauguração, mencionou que teve a oportunidade de participar de um encontro de parlamentares africanos, onde os países se deram conta da alta importância que estavam dando às políticas da mudança climática, por exemplo, países como o Quênia que projetou, entre outros temas, sua produção energética com 100% em energias renováveis até 2030 e assim abastecer não somente a demanda do seu país, mas também a necessidade dos países vizinhos. Também indicou que a Bolívia até 2030 teria 20% de energias renováveis.

O Peru, atualmente, se abastece em 47% de energias hidrelétricas, com somente 2,5% de energias renováveis não convencionais. Por outro lado, o Peru tem um déficit de 30% de energia rural, existem 150,000 instalações pendentes e que até o momento só puderam instalar 7,000, por esse motivo se fizermos uma comparação com o Chile, estamos atrasados, porque o país vizinho tem uma meta para os próximos 4 anos de cobrir a 100% o déficit de energia com energias renováveis. Por esse motivo devemos começar a assumir desafios, considerando ainda, que o Peru é um dos territórios mais afetados frente à mudança climática.

Mudança climática e as tecnologias renováveis: O desafio do século XXI

Pedro Gamio

O aquecimento global deve manter-se abaixo dos 2 graus centígrados, mas não estamos conseguindo, consumimos 1,5 vezes os recursos que nos dá o planeta. Estamos dentro dos 10 países mais vulneráveis às mudanças climáticas, considerando que o Peru tem concentrado 85% de biodiversidade.

A costa, onde estão localizadas as grandes cidades, devoraram o país sobreexplorando os recursos e isso faz com que sejamos altamente vulneráveis. Na costa concentrou-se a grande parte da infraestrutura ausente em outras zonas do país, por exemplo, a qualidade do serviço público de luz em Lima e Callao tem um nível de rendimento superior ao resto do país e nas pequenas cidades da serra peruana ou selva, o serviço é ineficiente, com problemas permanentes de abastecimento, então é muito importante fazer essa reforma que, como mencionou o cientista e sábio Pulgar Vidal, “o Peru deveria desenvolver 18 transversais”. A descentralização não deveria ser política, deveria ser essencialmente econômica, gerando valor a partir de uma infraestrutura que permita desenvolver correntes produtivas positivas no interior do país.

Um estudo feito pela Comunidade Andina demostrou que, até 2025, a sobre exploração e o aquecimento global, vão comprometer na íntegra o orçamento da saúde e educação em consequência dos efeitos da mudança climática.

Análise situacional:

Principais problemas

- Deficiência na gestão dos recursos da água.

- Pouca gestão de riscos.

- Alta percepção de funcionários corruptos.

- Pouca articulação de diferentes níveis de governo.

- Baixo nível da qualidade educativa.

- Precariedade nas moradias.

- Pouca capacidade de organização.

- Informalidade.

- Escasso controle e fiscalização para a manejo dos resíduos sólidos, gases tóxicos e águas residuais.

Propostas de soluções

Perante esses problemas e desafios, devemos despertar o intelecto e a consciência das pessoas, e assim conseguir atividades sustentáveis no turismo, na pesca, na agricultura, na mineração e na indústria. Por exemplo, Mâncora era um destino turístico extraordinário e hoje está sofrendo um golpe tremendo devido a poluição. Devemos ser mais conscientes dos nossos valiosos recursos, todos somos importantes para a mudança, devemos cuidar a terra, semear plantas e árvores, promover bio-hortas, agricultura orgânica e como consequência, poder recuperar a saúde, a água, o ar, o solo; devemos reparar, reduzir e reutilizar com consciência e ter um transporte sustentável mais seguro, mais responsável.

Devemos também enfrentar os desafios para a realização e consolidação da integração energética latino-americana, como uma grande rede a base de energia renovável que significaria energia limpa e segura, permitindo que se beneficiem muitos povoados que hoje não tem energia. Na costa do Peru são produzidos 6,370 Mw, o que viria a ser 70% da geração e infraestrutura energética do país, o que demostra que temos desequilíbrios porque não estão sendo aproveitados os recursos naturais com potencial energético, onde mais abundam (serra e selva), apesar de que o Peru tenha uma das melhores leis de energias renováveis do mundo, o problema radica na pouca vontade de levar adiante essas normas.

Por exemplo, a geração eólica no Peru marcou um preço muito competitivo (ao redor de $37 megawatt/hora), na solar esteve por volta dos $29 Mw/hora. No entanto, as licitações feitas no Peru deram um custo médio de $58 Mw/hora, por isso já não se pode dizer que as energias renováveis não são rentáveis, o único argumento que agora se esgrime é o de não ter capacidade de fornecimento à noite, então, diante desta real situação, pode-se optar por implementar sistemas híbridos, como no Chile, que permite o abastecimento com energias renováveis às 12 horas do dia e à noite se utilizam energia termossolar. Por outro lado, o Chile está em condições de abastecer de energia solar de dia e o Peru pode abastecer o Chile com energia à noite, então poderia ser fortalecido um acordo como parte da ansiada integração energética regional.

Energização rural: Projeto energia, desenvolvimento e vida

Angel Verástegui

A eletrificação como parte da energização rural é importante, mas é só uma parte do problema, os seres humanos desde os tempos remotos, trabalhamos com energia (fogo, principalmente).

A energia cumpre duas funções básicas: cozinhar e iluminar, e isso fazemos a vida toda, desde que conhecemos o fogo até os dias de hoje, a diferença das pessoas que temos acesso à energia moderna, em muitos lugares ainda continuam iluminando e cozinhando como faziam os nossos antepassados a milhares de anos, e isso é um tema que a eletrificação tenta solucionar. No entanto, continuam falando somente de eletrificação e não de energização, se vê só uma parte do problema. Perante esses desafios, nasce o projeto ENDEV (da GIZ), no Peru está desde o ano 2007 e o objetivo principal do projeto é desenvolver “energia acessível e não poluente”, tal como se menciona no objetivo n° 7 dos ODS, que também está alinhado com os objetivos da COP e tem muito a ver com o tema de acesso à energia. O projeto também está alinhado aos INDC’s que o país propôs, os que incluem programas de eletrificação com painéis solares, termossolares de água, uso de mais cozinhas melhoradas entre outros temas.

A eletricidade nas zonas rurais não só é escassa nas moradias senão também em colégios e para usos produtivos, por isso podemos concluir que há falta de acesso à energia tem três dimensões: doméstica, institucional e de uso produtivo.

O objetivo do programa é ter acesso básico a energia, através da construção de alianças públicas e privadas, e a criação de mercados varejistas, com o fim de que essas tecnologias domésticas e pequenas (termossolares, cozinhas melhoradas, etc.) possam chegar a todos os lugares do Peru, que as pessoas possam comprar, gerando um mercado autossustentável com o tempo, e em paralelo trabalhar com as esferas do governo para promover normas e deixar que a tecnologia seja monopolizada pelo assistencialismo. A meta é estabelecer uma relação direta entre a oferta e a demanda, sem descuidar também da demanda social, que os ofertantes possam atender às demandas institucionais (licitações públicas através do Estado para solucionar problemas em zonas vulneráveis) e a demanda doméstica varejista, e assim possam chegar a todo o Peru.

Pode visitar nossa página do Facebook para ver as imagens do evento.

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Giovanni Burga

Giovanni Burga

Coordenador de Projetos

giovanni.burga@kas.de +51 1 320 2870
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