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Contribuições aos eventos

O desenvolvimento económico brasileiro no governo Temer: Saídas para a crise

de Alexandra Paulus

Encontro temático do Conselho Consultivo da KAS Brasil

O Brasil vive a pior crise econômica de sua história. Os especialistas em política econômica do Conselho Consultivo da KAS Brasil foram unânimes em dizer que o estabelecimento de um teto para os gastos públicos representa um primeiro e importante passo. Uma melhora da situação econômica em longo prazo exigirá, no entanto, reformas estruturais que levem em consideração fatores sociais e ambientais.

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O Brasil, quinto maior país do mundo em extensão e população, está atravessando uma crise tanto econômica quanto política. Como as áreas estão intimamente relacionadas, os efeitos dos problemas em ambas impedem que a crise seja atenuada. O Ministério da Fazenda brasileiro corrigiu no dia 21 de novembro seu prognóstico de crescimento para o PIB de 2017 para menos de 1% após a economia brasileira encolher ainda mais no terceiro trimestre de 2016 - uma queda que já se estende por sete trimestres seguidos. Com isso, a atual crise econômica mostrou ser não somente mais severa que a hiperinflação que marcou o Brasil dos anos Noventa, mas também mais difícil que as consequências sofridas pelo país durante a crise econômica mundial de 1929. Ao mesmo tempo, há expectativa de que as investigações no contexto da operação "Lava Jato" de combate à corrupção acabem por envolver outros atores da política e da economia brasileiras.

Diante da evolução dos fatos, o encontro do Conselho Consultivo da Fundação Konrad-Adenauer (KAS) Brasil deste ano teve como tema a economia política. O Conselho Consultivo da KAS Brasil reúne especialistas brasileiros das áreas da política, economia, diplomacia, da justiça, mídia, ciência, da área eclesiástica e da sociedade civil para fornecer assessoria à Fundação em relação ao seu trabalho no Brasil. Os encontros do Conselho Consultivo ocorrem tanto em plenária quanto em pequenos grupos com foco em temas políticos da atualidade.

Em seu discurso, o Dr. Robert Fendt, diretor do Conselho Empresarial Brasil-China falou acerca da evolução da crise econômica atual e suas causas estruturais, identificando como elementos principais o aumento dos gastos públicos, a sobrecarga do sistema previdenciário e a existência de um setor informal. O debate acerca dos caminhos possíveis para sair da crise deu lugar a uma unanimidade: a de que a limitação dos gastos públicos, que vem sendo debatida no parlamento brasileiro no contexto de uma proposta de emenda à constituição (PEC), é um passo na direção certa. Os membros do Conselho Consultivo também salientaram que, em um país com tamanha desigualdade como o Brasil, uma reforma do sistema tributário e reformas na política econômica que aumentem a competitividade internacional de produtos brasileiros podem ter um papel importante na geração de igualdade de oportunidades.

Em última instância, são necessárias reformas estruturais para que a economia brasileira retome o crescimento em longo prazo - dentre elas o combate à corrupção, a redução da burocracia e as melhorias em infraestrutura e no sistema educacional. As enormes desigualdades sociais e a grande extensão das áreas de florestas impõem um desafio ao Brasil no sentido de desenvolver um modelo econômico e social que seja sustentável do tanto ponto de vista social quanto ambiental.

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