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Democracia representativa requer participação política das mulheres

de Marina Caetano

Seminário para filiadas do PSDB-Mulher

120 candidatas a prefeitas e vereadoras pelo PSDB, no âmbito das eleições municipais de 2016, se reuniram em Brasília para discutir e aprender sobre temas relacionados a campanha política e eleições. Diante da nova configuração política atual discutiram também a questão da representatividade das mulheres no novo governo com Elisabeth Winkelmeier-Becker, deputada federal alemã.

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Após o afastamento da presidente Dilma Rouseff no dia 12 de maio, o vice Michel Temer assumiu como presidente interino. O anúncio da formação ministerial gerou fortes críticas pela ausência de mulheres no primeiro escalão do novo governo. Esse novo momento político é reflexo da falta de representatividade das mulheres no sistema político brasileiro: apesar de serem 52% da população as mulheres representam apenas 10% do congresso nacional. É nesse âmbito que a Fundação Konrad Adenauer desenvolveu em parceria com o PSDB-Mulher o segundo seminário "Mulheres no Poder" com dois temas principais: Os sistemas eleitorais e as eleições municipais de 2016. O seminário contou com candidatas do PSDB provenientes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país.

É nesse contexto que o PSDB-Mulher vem trabalhando desde 1999, como segmento do partido PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), para levantar bandeira da igualdade de gênero. O objetivo do grupo é incentivar que mais candidatas entrem para a vida política e ajudem a transformar a realidade do cotidiano das mulheres brasileiras. A Educação, principalmente a política, deve ser o instrumento de transformação e libertação para se atingir essa meta. O PSDB Mulher conta com uma forte presença local com secretariados em quase todos os estados do Brasil e um número crescente de representações em municípios. A Fundação Konrad Adenauer iniciou a parceria com o segmento em 2008 e desde então diversos seminários, capacitações e workshops foram realizados com o intuito de incentivar uma maior inserção das mulheres na política brasileira.

O seminário contou com a presença da deputada federal alemã pelo CDU, Elisabeth Winkelmeier-Becker. A deputada fez um breve panorama sobre a participação política das mulheres na Alemanha e em especial no partido CDU (União Democrática Cristã). De 1948, ano em que o artigo 3º da lei fundamental alemã determina a igualdade de direitos para homens e mulheres, até o ano de 2005, quando a primeira chanceler mulher foi eleita, um longo percurso histórico de lutas pelos direitos das mulheres se deu na Alemanha. Ainda segundo a deputada essa luta não acabou: a "Frauen Union" (União das mulheres), segmento do partido CDU, realiza atividades para continuar incentivando essa luta, tais como o "Equal pay day" (dia do pagamento igualitário em tradução livre) no qual se é discutido a discrepância de salários entre homens e mulheres. As políticas públicas sociais foram uma temática importante e ganha ainda mais relevância em um momento de crise econômica, em especial a educação básica. "Se eu fosse candidata a prefeita, minha principal meta seria chegar ao final da minha gestão dizendo, não há uma criança fora da escola. Esse é o índice que define gravidez adolescente, mortalidade infantil, desemprego, tudo", afirmou Wanda Engels, diretora do Instituto Synergos. O final do primeiro dia foi marcado pelo lançamento da publicação "Mulheres no poder" que em breve estará diponível em sua versão online no site da KAS.

No início do segundo dia os juristas Afonso Ribeiro, Flávio Pereira e Marcos Antônio esclareceram as atualizações sobre a legislação eleitoral e as novas formas de financiamento para as campanhas, que serão colocados em prática pela primeira vez nas eleições municipais de 2016. Na área de mídia e comunicação foi discutida a necessidade de aproveitamento das novas formas de comunicação provenientes da internet: Mídias como facebook, twitter e até o Snapchat podem ser usadas para as campanhas de forma a se aproximar do eleitorado brasileiro que, segundo pesquisas, utiliza com frequência esses meios de comunicação para se informar. Gil Castilho, Consultora política, lembrou que a classe política está vivendo o menor nível de avaliação de credibilidade em diversas partes do mundo, e no Brasil isso não é diferente. Tal fato reitera a importância da comunicação política com o eleitor. Durante a última mesa-redonda do dia foram apresentandos números que deixam claro que O problema não está na cabeça do eleitor, que não quer votar nas mulheres, e sim nas estruturas partidárias que muitas vezes não oferecem condições e suporte para as mulheres se elegerem.

As candidatas participantes aproveitaram as mesas redondas e apresentações para tirar dúvidas e debater variadas questões sobre as eleições desse ano, sem deixar de questionar o governo atual. O PSDB-Mulher fez uma Carta aberta ao presidente Michel Temer na qual definem como um retrocesso a ausência de mulheres na composição ministerial. O novo governo traz consigo novos (velhos) desafios para a luta das mulheres por igualdade e representatividade política.

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Marina Caetano

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Coordenadora de Projetos de Descentralização e Desenvolvimento Sustentável

marina.caetano@kas.de +55 21 2220-5441 +55 21 2220-5448
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19 de Maio de 2016
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