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Contribuições aos eventos

I Seminario Internacional - Livro Branco de Defesa Nacional

de Aline Bruno Soares, Gregory Ryan

Relatorio de Seminario

Realizado pelo Ministério da Defesa do Brasil nos dias 27 e 28 de Julho de 2011, na cidade do Rio de Janeiro, o I Seminário Internacional de Defesa Nacional contou com o apoio da Fundação Konrad Adenauer do Brasil, além da Fundação Trompowski e o patrocínio da empresa Embraer e do BNDES. Durante as apresentações seguintes, com a participação do Ministério da Defesa alemã, diversas perspectivas e visões para o Brasil foram apresentadas.

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A Abertura foi realizada pelo Ministro da Defesa do Brasil, senhor Nelson Jobim, que falou sobre as futuras prioridades e perspectivas das Forças Armadas brasileiras. Ele ressaltou a importância que as Forças Armadas têm de defender a pátria e ao mesmo tempo estar disponível para missões de paz no exterior. De acordo com o Ministro da Defesa, o Livro Branco tem a importante função de esclarecer à população o papel das forças armadas, assim como auxiliar na aproximação dos civis e dos militares. Além disso, o Livro Branco é projetado para mostrar claramente os desafios estratégicos que o Brasil enfrenta e fornecer aos líderes políticos uma opção definida sobre o que a nação pode fazer em tempos de necessidade.

Em seguida, o Dr. Kai Kenkel buscou posicionar a posição do Brasil no contexto internacional. Enquanto continua a crescer em poder, ele identificou o Brasil contemporâneo como uma potência média, em uma região relativamente segura, mas com uma variedade de opções no contexto global, se o país decidir realizá-las. Ele identificou em particular o papel que as forças armadas brasileiras poderiam desempenhar em missões de paz internacionais, que são cada vez mais importantes em um mundo fraturado, com os países ocidentais em declínio em relação ao seu poder relativo.

O Dr. Nader Mousavisadeh, CEO Oxford Analytica, apresentou uma visão sobre a nova ordem mundial. Ele argumentou que estamos passando por uma era de grandes mudanças e que no final deste processo o poder será distribuído de forma mais igualitária em todo o mundo. A distribuição de poder será semelhante a um mosaico, sem centro absoluto. O mundo em tal cenário será ao mesmo tempo mais perigoso e mais seguro. Ele ressaltou a importância do papel brasileiro nesta nova ordem mundial, enquanto o mundo ocidental provavelmente passará por uma prolongada fase de declínio relativo.

O Prof. Dr. Jadson Porto falou sobre “Ajustes Espaciais na Faixa de Fronteira da Amazônia Setentrional Brasileira: dos dilemas espaciais à defesa do território”. Em sua apresentação, o Sr. Porto mostrou que, ao longo do tempo, a percepção sob a floresta alterou. Embora seja uma fonte de riqueza, as gerações de líderes passadas têm defendido a sua exploração com pouca atenção ao impacto ambiental. Atualmente esta visão mudou completamente. Embora ainda seja uma fonte de produtos importantes, incluindo materiais para novas tecnologias, a preservação da floresta tornou-se uma prioridade para a sociedade e as lideranças políticas. Contudo, a exploração e exportação ilegal através de suas fronteiras porosas continuam a representar um problema. As forças armadas devem ser parte da solução, através da fiscalização das atividades nessas regiões e do monitoramento das fronteiras.

Em seguida, o Almirante de Esquadra Mauro Cesar apresentou o tema “O controle da fronteira oriental do Brasil: monitoramento e presença no Atlântico Sul”. O Almirante deslocou a atenção sobre o que é comumente conhecido como Amazonas Azul, que são as águas costeiras do Atlântico Sul em que o Brasil possui direitos exclusivos de exploração. Enquanto o Amazonas Verde é geralmente objeto de grande atenção, as águas costeiras também são uma forte promessa de realização de grandes riquezas para o país. As reservas de petróleo recentemente encontrados são apenas um exemplo. O Almirante afirmou que o Brasil deveria ser mais pró-ativo em monitorar estas águas. Isso serve como argumento principal na tentativa de aquisição de uma força de submarinos novos, incluindo uma versão com propulsão nuclear.

As atividades do primeiro dia foram encerradas após a fala do Dr. Lonardo Pablo Hekimián, da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa da Argentina, sobre “O papel da UNASUL na coordenação de esforços visando combater ilícitos transfronteiriços na América do Sul”.

No segundo dia de conferência, o Sr. Ozíres Silva teve como tema da apresentação “Cultura de inovação permanente em grandes empresas: lições das experiências da Embraer e da Petrobras para o aperfeiçoamento do Programa Espacial Brasileiro”. Ele afirmou que o Livro Branco deve ser apresentado pelo Poder Executivo ao Legislativo, que só então irá debater a proposta e colocá-la em votação. Ele mostrou, através de uma palestra com grande ênfase na motivação dos militares presentes, a importância da tecnologia para um país, dando alguns exemplos. Entre eles, mostrou que um quilograma de soja custa cerca de trinta e cinco dólares no mercado internacional, enquanto um quilograma de tecnologia custa dois mil dólares, e um quilograma de um satélite custa mais de cinqüenta mil dólares.

O Almirante Othon Pinheiro da Silva apresentou o tema “A cooperação entre indústria, universidade e centros de pesquisa: experiências de produção e inovação tecnológica no Programa Nuclear Brasileiro”. Ele afirmou que defesa deve ser um tema falado para que a população entenda sua necessidade de tecnologia e investimento.

O Representante do Exército, General-de-Brigada Paulo Sergio Melo de Carvalho, falou do tema “Autonomia tecnológica e segurança cibernética: desafios para a cooperação entre Forças Armadas e o setor privado no complexo industrial brasileiro”. Ele iniciou sua fala apresentando sua visão sobre os elementos fundamentais para a arte da guerra: 1.Inteligência, 2. Monitoramente e detecção, 3. Inibir o sobrevôo, 4. Inibir a concentração de Forças e 5.

Mobilização das Forças. Ele salientou que felizmente o Brasil é um país pacífico e auto-suficiente em grandes setores estratégicos. No entanto, destacou que uma nação soberana deve estar preparada para o pior cenário possível e ter condições de se defender. Ele argumentou, então, que em tal cenário, o Brasil deve ser independente quando se trata de tecnologia de defesa, e deveria contar com tecnologia de ponta própria, visto que a nação exportadora poderá se recusar a reabastecer o país com material e munições em caso de conflito. É por isso que o Brasil precisa desenvolver suas próprias tecnologias. Todavia, para conseguir isso, as lideranças militares e civis, inclusive do Ministério da Defesa, devem explicar essas idéias e apresentar propostas para o público em geral...

Leia aqui o relatório do seminário completo em versão PDF.

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Seminário
3 - 4 de Novembro de 2011
JW Marriot Hotel Rio de Janeiro
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