O encontro da região norte contou com um fato inédito, já que pela primeira vez um encontro regional teve a presença expressiva de secretários de meio ambiente de outras regiões, foram 14 no total. Além dos secretários de meio ambiente o encontro também teve a participação de organizações parceiras, deputados estaduais e a presença do prefeito de Macapá.
Na abertura Herialdo Monteiro, secretário de meio ambiente de Macapá deu as boas vindas aos presentes e o prefeito Clécio Luiz Vieira agradeceu ao CB27 a iniciativa de levar o encontro regional para o estado do Amapá.
Glauber Turolla, pesquisador, apresentou o trabalho da CTGAS, que é um centro de tecnologia e inovação com foco na energia e no desenvolvimento sustentável. Um dos trabalhos do centro exposto por Glauber foi a elaboração de inventários de emissão de GEE. Em seguida tivemos a exposição de Katerina Trostmann do WRI sobre adaptação e resiliência para as cidades. Primeiramente Katerina abordou os conceitos de adaptação e resiliência, já com os termos definidos a pesquisadora teve a oportunidade de aprofundar a discussão. Segundo ela a coesão social é o "ingrediente secreto" para alcançar a resiliência nas cidades, além disso Katerina apresentou instituições que trabalham com a questão da resiliência, como o programa 100 cidades resilientes da Rockefeller Center. Por fim foi colocado a diposição das capitais a possibilidade de usar a ferramenta de indicadores de resiliência individual desenvolvido pela WRI.
Representando o WWF Eduardo Canina apresentou o Simulador de Impactos ambientais na Mobilidade urbana. O objetivo desse simulador é sensibilizar a população no modo que as mudanças na forma de locomoção podem impactar uma cidade. Eugênio Pantoja da Conservação Internacional expôs os desafios e papel dos municípios para o desenvolvimento da Amazônia. A região amazônica é o maior território no Brasil, com mais de 700 cidades que são precariamente interligadas. Além disso, poucas cidades possuem capacidade técnica para estruturar e coordenar questões complexas. As atividades econômicas estão mais concentradas em Manaus e Belém. Entre os desafios econômicos estão a criação de alternativas de produtividade local e o incentivo ao empreendedorismo. Já os desafios ambientais são um planejamento urbano e rural integrado e o incentivo a educação ambiental. E no âmbito político um dos maiores desafios é a implementação de políticas de longo prazo.
Ana Euler , pesquisadora da EMBRAPA expôs em sua apresentação a importância do REDD para a o desenvolvimento da Amazônia. REDD é a sigla para Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal. Segundo o conceito adotado pela Convenção de Clima da ONU, se refere a um mecanismo que permite a remuneração daqueles que mantem suas florestas em pé, sem desmatar, e com isso, evitam as emissões de gases de efeito estufa associadas ao desmatamento e degradação florestal. Posteriormente a criação deste conceito, a Convenção incluiu na sua definição também atividades de conservação, manejo sustentável das florestas e aumento de seus estoques em países em desenvolvimento. Estes componentes deram origem ao REDD+ ou REDD plus. Segundo a pesquisadora, o REDD é uma grande oportunidade para a Amazônia.
Airton Melgaço da prefeitura do Rio apresentou o trabalho da área de licenciamento ambiental municipal do Rio de Janeiro. O licenciamento ambiental é um dos instrumentos de gestão ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente -SMAC, (DECRETO n.º 28.329 de 17/08/2007), para licenciar planos, programas, projetos e obras, localização, construção, instalação, modificação, a operação e a ampliação de atividades e empreendimentos, bem como o uso e a exploração de recursos ambientais de qualquer natureza. Finalizando as apresentações Marcus Alonso e William Resende apresentaram o Programa de qualificação de gestão ambiental . O programa, que atua no bioma da Amazônia, conta com projetos de orientação técnica e jurídica aos governos municipais e capacitação em gestão ambiental. Ao longo da tarde houve produtivas discussões temáticas entres os secretários e organizações presentes. Os temas “Desmatamento e Mudanças Climáticas” e “Recursos hídricos” encerraram o primeiro dia do encontro.
No dia 28 a parte da manhã foi palco das discussões sobre “Mobilidade Urbana” e “Poluição Sonora e Licenciamento Ambiental”. O encontro foi oficialmente encerrado com a leitura da carta de Macapá pela Sustentabildade.
O Encontro regional em Macapá demonstra mais uma vez a força e coesão do Fórum CB27. A integração entre os secretários e as discussões tem levado a resultados positivos. A Fundação Konrad Adenauer acredita no potencial de desenvolvimento dessa rede tão importante para a discussão da gestão ambiental.