COP30 em perspectiva: entre expectativas globais e ações locais
Esta obra apresenta análises sobre alguns dos principais temas que serão debatidos na COP 30, examinando tópicos que estarão em discussão e suas consequências para o Brasil e o mundo. Os seis capítulos que a compõem abordam estratégias para se adaptar às mudanças climáticas, a importância das energias renováveis e da economia de baixo carbono, os desafios da transição energética — incluindo a controvérsia em torno do uso da energia nuclear, os desafios para a preservação da biodiversidade e uma reflexão sobre os resultados que são esperados, ao fim da conferência.
Agenda da COP30: desafios em tempos de incerteza
Ronaldo Seroa da Motta
A COP 29 finalizou as regras do Acordo de Paris com um conjunto de diretrizes para a implementação do Acordo de Paris. Assim, na COP30 se inicia um novo ciclo de implementação quando então os desafios são enormes e, portanto, será uma conferência crucial para a garantia e o reforço da ação climática global. Seu sucesso dependerá de como as negociações oficiais impactarão as agendas nacionais e locais.
A COP30 e o Brasil: governança climática, adaptação e resiliência
Regiane Nitsch Bressan
A COP30 destaca a Amazônia como crucial para o equilíbrio ambiental global, em um momento de urgência climática onde o limite de 1,5°C foi superado. A trajetória do Brasil nas COPs é ambivalente, marcada por metas iniciais ousadas no Acordo de Paris e, ao mesmo tempo, por retrocessos no combate ao desmatamento e na governança ambiental. Como anfitrião da COP30, o Brasil tem a oportunidade de consolidar sua liderança.
Transição energética na COP30: agenda de debate para políticas públicas e o lugar da energia nuclear
Nivalde José de Castro
Cristina da Silva Rosa
O artigo analisa a transição energética como eixo central da agenda climática internacional, com ênfase nas disputas políticas e tecnológicas que caracterizam o processo rumo à descarbonização. À luz das negociações recentes nas Conferências das Partes (COPs), especialmente a COP30 no Brasil, discute-se a revalorização da energia nuclear como fonte de base firme de baixo carbono.
Inovações tecnológicas e sustentabilidade
Michele Lins Aracaty e Silva
Inovações, tecnologias e sustentabilidade constituem conceitos fortemente interligados, uma vez que recorremos à tecnologia para identificar soluções e modelos mais sustentáveis com o propósito de enfrentar os desafios sociais, econômicos e ambientais do século XXI. A sinergia entre os conceitos possibilita a ampliação da capacidade, alcance de novos espaços, além do aperfeiçoamento de modelos de produção e oportunidades. Para tanto, objetivamos analisar como as Inovações Tecnológicas estão se tornando aliadas fundamentais na preservação ambiental e discutir os inúmeros benefícios que estas podem proporcionar para a sustentabilidade amazônica.
Não é só biomassa: preservar a biodiversidade das florestas é urgente e essencial para sua manutenção e também para a resiliência climática
Carlos Alberto Bernardo Mesquita
Carlos Eduardo de Viveiros Grelle
A preservação das florestas e da biodiversidade é essencial para a estabilidade ecológica, climática e econômica do planeta. As florestas regulam o clima, armazenam grandes quantidades de carbono, mantêm o ciclo hidrológico e sustentam milhões de pessoas, especialmente comunidades tradicionais. A perda florestal – impulsionada por desmatamento, expansão agropecuária e exploração predatória – libera carbono rapidamente, altera padrões de chuva e reduz a resiliência dos ecossistemas e sua importância na estabilidade climática. A biodiversidade, por sua vez, garante processos fundamentais como polinização, dispersão de sementes e ciclagem de nutrientes, permitindo o funcionamento dos ecossistemas e fortalecendo sua capacidade de recuperação frente a distúrbios.
COP30 no Brasil: quais resultados podemos esperar?
Adriana M. M. Moura
COP30, que ocorrerá em Belém do Pará em novembro de 2025, representa um marco para o Brasil como anfitrião e líder climático global. O evento enfrenta desafios logísticos e diplomáticos, exigindo articulação entre países em meio a tensões geopolíticas. A presidência brasileira propõe uma agenda com seis eixos temáticos, focando em mitigação, adaptação e financiamento climático. Apesar de avanços como o Plano de Transformação Ecológica e a regulamentação do mercado de carbono, o Brasil ainda enfrenta entraves como o desmatamento e a fragilidade institucional nos níveis subnacionais. A COP30 será decisiva para impulsionar compromissos climáticos, especialmente quanto à apresentação de novas NDCs, financiamento para adaptação e operacionalização do Fundo de Perdas e Danos.