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Contribuições aos eventos

10. Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana

de Gregory Ryan

Relatório do Evento

O papel do Brasil na ordem de segurança internacional é o tema da 10ª edição da publicação da Conferência do Forte.

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A conferência deste ano do “Forte de Copacabana” com o título “A Ascensão do Brasil na Ordem Global de Segurança” proporcionou uma troca de idéias e pontos de vista intensa entre os participantes dos dois lados do Atlântico. O evento contou com a assistência de mais de 300 pessoas no publico, assim como com a presencia de numerosos representativos da mídia nacional e internacional.

 

A conferência foi aberta com palavras breves de boas-vindas por parte dos anfitriões, representados por Félix Dane da Fundação Konrad Adenauer (KAS), o Embaixador Marcos de Azambuja do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e a Embaixadora Ana Paula Zacarias da Delegação da União Europeia no Brasil.

 

As palavras de cumprimento foram seguidas pelo painel de abertura sobre a “Evolução da Ordem Global de Segurança”. Os palestrantes foram o Almirante Carlos Augusto de Sousa, chefe de assuntos estratégicos do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, do Ministério de Defesa do Brasil, e Ulrich Schlie, Director de politicas de segurança e defesa do Ministério da Defesa da Alemanha. Almirante Carlos Augusto ofereceu uma visão geral dos compromissos militares internacionais do Brasil e realçou as numerosas iniciativas militares Euro-Brasileiras, que ele descreveu como empreendimentos importantes para fomentar uma cooperação mais forte. No seu discurso, o senhor Schlie descreveu a relação entre a União Europeia e a OTAN e explicou como operações conjuntas ocorrem dentro do marco das Nações Unidas. Posteriormente o Senhor Schlie acentuou que desafios futuros, como a segurança energética, terrorismo ou a ascensão de novos poderes precisam ser abordados a um nível internacional, por meio de cooperação e acções concentradas de todos os integrantes responsáveis da comunidade internacional.

 

O primeiro painel tratou o tópico “Perspectivas brasileiras e europeias sobre a ordem global de segurança”. Os palestrantes concordavam que a protecção de recursos naturais e a luta contra o terrorismo seguem sendo objectivos internacionais comuns com uma alta prioridade. Além disso se mencionaram segurança cibernética e narcotráfico como campos que precisam de atenção especial, ambos sendo objectivos de vários tratados bi- e multilaterais. Teve algumas divergências em sobre como tratar esses desafios. Alguns advogaram prudência na hora de usar a força militar e expressaram dúvidas em referência ao uso de drones, advertindo uma possível escalada da operação militar. Outros reivindicaram que ameaças reais precisam de soluções realistas. Teve unanimidade sobre a noção que segurança e desenvolvimento tem que ser parte de qualquer solução que tenha como objectivo o bem-estar de todos os afectados.

 

Os painéis dois e três ocorreram simultaneamente em duas salas de conferência separadas. O painel dois foi sobre “Segurança e cooperação no Atlântico Sul”. Os palestrantes se enfocaram em temas relacionados a segurança energética e considerações politicas. Eles concordaram em que de momento tem poucos riscos de que ocorra um conflito na região do Atlântico Sul. No entanto, alguns palestrantes mostraram que estas expectativas pacíficas poderiam mudar por causa de razões alheias e que por isso é importante intensificar a cooperação entre todos os países da região. Surgiu desentendimento na hora de abordar a questão se a OTAN ou até os BRICS deveriam fazer parte de um sistema de segurança da região. Partidários da ideia de ter uma opção extra regional remeteram que a OTAN é a única aliança militar de alcance global e que por isso essa aliança ocidental recebe pedidos por parte das Nações Unidas e de organizações regionais, nos quais se baseiam decisões e acções. Os oponentes replicaram que a intromissão externa poderia levar a intensificar hostilidades entre os parceiros, por que a constelação de poder da região seria alterada. O painel concluiu reafirmando que a importância do Atlântico Sul vai seguir aumentando e que o diálogo e o intercâmbio de pontos de vista vão seguir sendo de altíssima importância.

O terceiro painel falava sobre “Os Imperativos e Perigos da Intervenção: Líbia, Mali e Síria”. No começo os palestrantes se concentraram muito em discutir o que o sistema das Nações Unidas, o direito internacional e normas internacionais em geral dizem sobre intervenções, assim como sobre a capacidade de estados de actuar, caso for necessário. Alguns palestrantes reiteraram a importância da não intervenção e da soberania para o funcionamento do sistema internacional de Westfalia. Mas quando enfocaram no caso do Mali, o embaixador do pais, que estava presente, chamou atenção a que tem casos no quais a comunidade internacional precisa afastar-se de conceitos abstractos e por consequência precisa encarar os riscos implicados em assegurar a integridade e o bem-estar de membros da comunidade internacional ameaçados, e que precisa aceitar que isso pode implicar o uso de força. Ele aproveitou a oportunidade para agradecer a França de ter salvado o país dele de cair nas mãos de terroristas. O consenso voltou ao painel quando disseram que não é possível de ter mecanismos pré-fabricados para regular o sistema complexo de relações entre os estados, e que cada problema requer uma solução individual.

 

O último painel do dia foi “Segurança a través do desenvolvimento: interesses compartilhados, cooperação mútua”. Os palestrantes concordaram na importância de ter que entender o problema da segurança pelo desafio de oferecer desenvolvimento para todos os membros da comunidade internacional. Foi mencionado que pesquisas empíricas demonstraram uma conexão clara entre o nível de desenvolvimento, a inclusão do povo em processos políticos e conflitos. Além disso, os palestrantes concordaram em que na área de conflitos não existe um o conceito de “longe” e que por isso desafios de segurança em uma região podem afectar outros estados nessa região e fora dela. Em consequência, Europa e Brasil ambos promovem de forma activa o desenvolvimento na América Latina e na África, apesar de que ambos usem estratégias diferentes. Brasil usa o que se chama a aproximação Sul-Sul, mentas que desde algum tempo a Europa tem incluído nos seus potenciais planos militares a noção obrigatória de reconstrução e desenvolvimento. Todos os palestrantes concordaram que em termos básicos os interesses do Brasil é da Europa são os mesmos, e que existe muito espaço para futuras sinergias.

 

Depois de um dia de intercâmbios intelectuais a um alto nível, a conferência foi concluída pelos anfitriões, que agradeceram os numerosos visitantes pela sua presencia. Além disso fizeram uma chamada para que se de continuidade ao dialogo e a cooperação entre o Brasil e a Europa, que são dois parceiros que algumas vezes tem opiniões e pontos de vista diferentes, mas que ainda assim tem um solo comum amplio para cooperações e que compartilham muita historia e cultura.

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Gregory Ryan

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28 de Novembro de 2013
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